quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A moda no século XIX


A moda no século XIX

Evolução da Moda Feminina, de 1794 a 1887.
O século se inicia com a emolução do Império Romano, por parte da corte de Napoleão Bonaparte, o qual se faz inclusive coroar Imperador pelo papa Pio VII em 1805. Dentro do clima generalizado de "revival", a moda desempenha o seu papel ao livrar as mulheres, de uma só vez, dos espartilhos, anáguas, armações para saias e anquinhas: era o "Estilo Império".
Com a derrota definitiva de Napoleão, o Congresso de Viena e as várias restaurações monárquicas, dele advindas, há um anseio pela "volta à ordem" e a década de 1830 adotará um perfil mais romântico, com saias mais amplas e grandes mangas bufantes, embora o comprimento das saias ainda fosse ligeiramente mais curto.
Na década seguinte, a tendência romântica se consagra e a silhueta feminina vai afetando a forma de um sino, ou uma flor invertida, o foi consagrado com o advento da crinolina.
As crinolinas marcam o momento em que surge a indústria da moda propriamente dita, sendo este o primeiro modismo que poderíamos chamar de "universal": foram usadas de 1852 a 1870, em lugares tão diversos quanto a Nova Zelândia (assistam ao clássico filme O piano e vejam a protagonista fazer uma tenda com a sua anágua crinolina, sob a qual pernoitam ela e a filha) e o Brasil (assistam Mauá - O Imperador e o Rei e vejam May, interpretada por Malu Mader, entreter-se em girar a sua crinolina), a França e o México, os Estados Unidos (basta assistir ao clássico E o vento levou e ver o quanto as crinolinas marcam o estilo do sul dos Estados Unidos) e as colônias européias da África e Ásia, conforme retratadas no clássico O rei e eu por exemplo.
Podemos aludir a uma anedota, que Gilda de Mello e Souza[13] alude apenas por alto, que explica o surgimento das crinolinas e demonstra a ligação destas com a indústria: Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, governou a França de 1848 a 1852 como presidente da República e de 1852 a 1870 como imperador. Ele era casado com a belíssima nobre espanhola Eugênia de Montijo, mulher de sangue quente e que detestava o desconforto produzido pelas 9 anáguas engomadas que eram usadas para armar as saias na corte.
estilos de moda em 1822.
Havia uma fábrica de espetos, em processo de falência, chamada Peugeot. Um belo dia de julho de 1854 a fábrica recebeu a ilustre visita da imperatriz que lhes trouxe um desenho seu de uma espécie de gaiola feita de finíssimos aros de arame de aço e que, desde então, tornaria a indumentária feminina muito mais leve e mais arejada, a crinolina.
A Peugeot foi salva da falência (após 1870 ela passou a produzir guarda-chuvas, depois bicicletas até chegar aos automóveis), a França tornou-se líder mundial inconteste no universo da moda e o nome da bela Eugênia passou a estar associado, para todo o sempre, às “maisons” de alta costura.
Em 1870, com a derrota de Luís Napoleão Bonaparte (Napoleão III) na Guerra Franco-Prussiana a 3ª República adota o estilo "princesa" e a partir de 1880 vemos se repetirem, até o final do século, tendências e estilos esboçados em momentos anteriores. as crinolinas caíram em descrédito, sendo substituídas pelas tournures("anquinhas") que armavam apenas a parte traseira das saias e vestidos. Estas, foram usadas até o final da década de 1880.

[editar]A virada do século

A década de 1890 reviveu a de 1830 e a moda do século XX, até o final da Primeira Guerra Mundial, em nada se diferenciou da moda do século XIX.
"...no inicio do século XX a Europa vivia uma intensa transformação de valores e costumes, ninguém mais do que Paul Poiret soube enxergar o que esta nova época desejava em matéria de vestimenta. Com apenas 24 anos, Poiret abriu sua própria Maison. Inspirados pelos Balés Russo e pela atmosfera Oriental, realizou roupas que mudaram a silhueta feminina e a História da Moda. Em 1906, um vestido marcou a nova silhueta, não mais apertada, espremida pelo espartilho. Poiret ficou conhecido por liberar as mulheres desse incomodo acessório. Para a mulher que precisava usar todos os dias o apertado espartilho, foi uma revolução (POLLINI, 2007).
A influência oriental na moda de Poiret é evidente. O mestre inspirava-se também no folclore e na história. Os tecidos são finos e delicados. Poiret gostava de utilizar seda e cetim, finas musselinas, bem como tecidos tipo véu e tule. Além do mais, as suas criações eram um verdadeiro festival de cores: vermelho e cor de rosa brilhante, verde e amarelo, por vezes, alguns tons intensos de castanho, isto numa época em que as senhoras se costumavam vestirem tons discretos com a cor de malva, o cinzento e o azul (LEHNERT, 2001).
As feministas decretam o fim do espartilho. A guerra e a urbanização pedem roupas mais práticas e de volume menor: saias no tornozelo e botas de cano alto.
Até 1914 a moda manteve-se estática. Mas, depois disso, com o advento da Primeira Guerra Mundial, as sufragistas, as epidemias, o desastre com o Titanic e a popularização do cinema mudo, o mundo se transformou, gerando reflexos na moda.
Nessa época surgiu o soutien, criado por Mary Phelps.
A Primeira Guerra Mundial veio provocar um corte em todos os movimentos artísticos, e não apenas na moda. Tal como os escritores e os pintores, também muitos estilistas forma mobilizados ou alistaram-se voluntariamente (LEHNERT, 2001).
Durante a Primeira Guerra, as mulheres tiveram de assumir trabalhos que antes eram exclusivamente desempenhados por homens, o que impulsionou de certa forma uma nova postura da mulher. E ainda, o Jazz, o Charleston e as novas descobertas cientificas (que encorajavam a pratica de esportes e passeios ao ar livre) contribuíram para, de repente, a moda dar um pulo: subitamente, a silhueta mudou, o cabelo mudou, a altura das saias mudou, os costumes mudaram. Foi um período de retumbante liberdade, e para as mulheres, uma redescoberta: a silhueta passou a ser tubular, e a cintura, os quadris e os seios não eram mais evidenciados, ao contrário, eram utilizadas cintas e malhas que “igualavam” a silhueta (POLLINI, 2007).[14]


Nenhum comentário:

Postar um comentário